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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

SEMPRE QUE HÁ / SEMPRE QUE HAJA

“Rezam o bom senso e o Código de Processo Civil que um juiz deve se declarar impedido de atuar em determinado processo SEMPRE QUE HÁ razões objetivas ou subjetivas capazes de comprometer a imparcialidade do julgamento”.

Professor, li esse texto em um grande jornal brasileiro e fiquei em dúvida sobre o uso do verbo haver. 

E você tem razão. O uso do verbo haver está realmente contrário às regras gramaticais. 

Quanto ao problema do uso do singular está tudo bem, pois o significado é o mesmo dos verbos existir, ocorrer e, nesse caso, o verbo haver é impessoal e fica sempre na 3ª do singular.

O problema reside no modo verbal. O modo indicativo deverá ser usado para representar ações que ocorreram, ocorrem ou ocorrerão sem a menor sombra de dúvidas.
  • Havia políticos desonestos no passado (passado).
  • Há políticos desonestos no presente (presente).
  • Haverá políticos desonestos no futuro (futuro).

Quando, entretanto, houver qualquer possibilidade de o fato verbal NÃO OCORRER, como sugerido pelo uso do advérbio sempre, no texto da consulta, deveremos usar o modo subjuntivo. “Sempre que haja razões objetivas ou subjetivas capazes de comprometer a imparcialidade do julgamento”. 
  • Sempre que houvesse políticos desonestos (subjuntivo passado).
  • Sempre que haja políticos desonestos (subjuntivo presente).
  • Sempre que houver políticos desonestos (subjuntivo futuro).


segunda-feira, 24 de julho de 2017

AGROINDUSTRIAL ou AGRO-INDUSTRIAL?

Professor, qual a grafia correta de “agroindustrial / agro-industrial”?

Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos: aeroespacial; agroindustrial; anteontem; antiaéreo; antieducativo; autoaprendizagem; autoescola; autoestrada; autoinstrução.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

A VÍRGULA NO APOSTO EXPLICATIVO

O Jornal O Globo, de 20jul2017, traz o texto a seguir: “Existe a possibilidade de que o presidente da Câmara Rodrigo Maia assuma a presidência da República”.

Existe uma “Câmara Rodrigo Maia” no Brasil?

Nada disso. O redator do texto deve ter faltado à aula sobre o uso da vírgula no interior da oração, ou sobre análise sintática dos termos da oração, ou as duas... No entanto, ganha a vida trabalhando em uma empresa que tem no uso da língua um de seus principais insumos de produção de lucros.
“Câmara“, no caso, é, certamente, a Câmara Federal e “Rodrigo Maia” é seu presidente atual.

Como existem inúmeras “câmaras” por aí, o autor do texto resolveu estabelecer com clareza de que câmara tratava, explicitando seu presidente. O termo que “explicita” um outro classifica-se como “aposto explicativo” e deve ser SEMPRE usado entre vírgulas.

“Existe a possibilidade de que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assuma a presidência da República”. Dessa forma, o leitor sabe perfeitamente de que câmara se trata e quem é seu presidente de plantão.

quarta-feira, 19 de julho de 2017

TEM / TÊM - DETÉM / DETÊM

Professor, ontem houve uma discussão no trabalho, sobre a acentuação gráfica no verbo “ter”. Ainda existem os “acentos diferenciais”?

Sim. O acordo ortográfico preservou alguns dos acentos diferenciais.
Permanecem os acentos que diferenciam as 3ªs pessoas do singular e do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.).

Exemplos:
  Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
  Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
  Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
  A crise advém da ganância / As crises advêm da ganância.


segunda-feira, 17 de julho de 2017

DIGNITÁRIO / DIGNATÁRIO

Professsor, vi e ouvi o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, dizer, por duas vezes, a palavra “dignatário”, em entrevista concedida à imprensa. Está correto? Não seria “dignitário”?

Você está certo.

Seria "dignatário" se derivasse de "dignadade", mas "dignadade" não existe. O que existe é a palavra "dignidade", da qual provém "dignitário".

domingo, 16 de julho de 2017

CO-HABITAR / COHABITAR / COABITAR

Que forma está correta? CO-HABITAR / COHABITAR / COABITAR 

O Acordo Ortográfico é omisso com relação à palavra “coabitar” e seus cognatos (palavras de significação aproximada). Devemos, portanto, seguir a norma que manda manter a escrita das palavras já consagradas pelo uso.

Assim, devemos grafar “coabitar / coabitação / coabitante...”

terça-feira, 11 de julho de 2017

VER / VIR

Está certo isto,Professor? “Se você VER pixels brancos em meio as outras cores, já sabe: não é uma TV 4K RGB”.

Não!

Quando há dúvida ou incerteza sobre a efetividade da ação que se quer expressar, usa-se o modo subjuntivo do verbo. O verbo VER, no futuro do subjuntivo é: “se eu vir; se tu vires; se ele (você) VIR; Se nós virmos; se vós virdes; se eles (vocês) virem.

A equívoco decorre da semelhança gráfica e fonética entre os verbos VER e VIR e, principalmente, do desconhecimento sobre tempos e modos verbais, assunto do qual os professores fogem como o diabo da cruz...