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terça-feira, 11 de julho de 2017

VER / VIR

Está certo isto,Professor? “Se você VER pixels brancos em meio as outras cores, já sabe: não é uma TV 4K RGB”.

Não!

Quando há dúvida ou incerteza sobre a efetividade da ação que se quer expressar, usa-se o modo subjuntivo do verbo. O verbo VER, no futuro do subjuntivo é: “se eu vir; se tu vires; se ele (você) VIR; Se nós virmos; se vós virdes; se eles (vocês) virem.

A equívoco decorre da semelhança gráfica e fonética entre os verbos VER e VIR e, principalmente, do desconhecimento sobre tempos e modos verbais, assunto do qual os professores fogem como o diabo da cruz...

segunda-feira, 3 de julho de 2017

RESPONDEU / RESPONDERA

Professor, o tempo verbal usado nesse texto está certo? “Na manhã de ontem, o Procurador Janot respondera duramente as críticas ao Ministério Público, feitas por Gilmar Mendes no dia anterior”.

O tempo verbal chamado “Mais que Perfeito do Indicativo” deve ser usado quando a ação verbal declarada tiver ocorrido em um momento anterior a outra ação verbal, também presente na frase.

No texto, a resposta de Janot ocorreu em momento posterior à crítica de Gilmar. Mesmo porque uma resposta sempre vem depois de uma pergunta ou ação. 

O autor da frase deveria ter usado o verbo no Pretérito Perfeito do Indicativo: 
“Na manhã de ontem, o Procurador Janot respondeu duramente as críticas ao Ministério Público, feitas por Gilmar Mendes no dia anterior”.

Ou

“Na manhã de ontem, o Procurador Janot respondeu duramente as críticas ao Ministério Público, que Gilmar Mendes fizera no dia anterior”.

terça-feira, 20 de junho de 2017

CONCORDÂNCIA DO VERBO "PARECER"

Professor, um grande jornal publicou a notícia: “E todos parecem terem passado do ponto de não retorno, enquanto o Palácio do Planalto procura debilmente manter uma certa ordem na casa para escapar do naufrágio que volta e meia parece inevitável”.

A conjugação dos verbos destacados está correta?

O verbo “parecer” pode ser usado como verbo principal de uma oração ou como verbo auxiliar de um outro verbo. Isso leva, às vezes, a um mau entendimento sobre seu emprego.

PARECER – COMO VERBO PRINCIPAL
Os alunos parecem cansados.
Ludmila parece-se com Natasha.

Nesse caso, a concordância é normal. O verbo concorda com o sujeito em número (singular / plural) e pessoa (1ª, 2ª ou 3ª).

PARECER – COMO VERBO AUXILIAR
Os alunos parecem entender o problema. O verbo parecer comporta-se como verbo auxiliar. A concordância é feita com o auxiliar e o principal fica em forma nominal (infinitivo impessoal).

Os alunos parece entenderem o problema. O verbo parecer fica na 3ª pessoa do singular. A concordância é feita com o verbo principal.

O que não se pode fazer é flexionar o auxiliar e o principal = “parecem entenderem”

quarta-feira, 14 de junho de 2017

CONJUGAÇÃO DO VERBO INTERVIR

Professor, li esta frase “O governo russo interviu nas eleições americanas”, em um grande jornal, de circulação nacional. Ela está certa?

O verbo “intervir” é conjugado segundo o modelo do verbo “vir”.

Trata-se de uma palavra formada por prefixação, ou seja, nasceu da adição do prefixo "inter-" ao verbo "vir". Assim, basta seguir a conjugação do verbo "vir".

O equívoco mais frequente é seguir a conjugação do verbo "ver" (como ocorreu no exemplo fornecido).

quinta-feira, 25 de maio de 2017

NESTE / NESSE

Qual a razão de se usar nesse/neste, no texto: “As homenagens pelos 109 anos do Atlético, completados nesse sábado, seguiram neste domingo, no Independência”?

As palavras neste e nesse existem na língua portuguesa e estão corretas. São contrações da preposição em com os pronomes demonstrativos este e esse, isto é, neste = em + este e nesse = em + esse.

Os pronomes demonstrativos este e esse situam o ser no espaço, no tempo e no discurso em relação às próprias pessoas do discurso: quem fala (este) ou a quem se fala (esse).

Nesse e neste são palavras parecidas, parônimas, mas usadas em situações diferentes. A distinção entre os dois conceitos é uma questão referencial (tempo 
e espaço).

Neste: próximo de quem fala
Neste (nesta, nestes, nestas, nisto) é usado quando aquilo que se demonstra está espacial (posição geográfica) e temporalmente (posição temporal) próximo da pessoa que fala. Usa-se ainda para referir aquilo que será mencionado na sequência do discurso (função catafórica).

Exemplos com neste
Resolverei este assunto neste instante!
Este ano acabaremos com a corrupção.
Neste momento não tenho dinheiro para gastar.

Nesse: próximo da pessoa a quem se fala
Nesse (nessa, nesses, nessas, nisto) é usado quando aquilo que se demonstra está espacial (posição geográfica) e temporalmente (posição temporal) próximo da pessoa com quem se fala. Usa-se ainda para referir aquilo já mencionado no discurso (função anaafórica).

Exemplos com nesse
Faltei ao trabalho nesse dia porque havia uma greve de rodoviários.
Foi nesse momento que fui demitido.
Nessa hora todos os deputados tiraram o time de campo.

Logo, no texto apresentado:Qual a razão de se usar nesse/neste, no texto: “As homenagens pelos 109 anos do Atlético, completados nesse sábado, seguiram neste domingo, no Independência”, usa-se nesse para indicar o sábado que já passou (ontem) e neste refere-se ao domingo em que o texto está a ser produzido (hoje).

segunda-feira, 22 de maio de 2017

400.000 CONSULTAS

400.000

ULTRAPASSAMOS AS 400.000 (QUATROCENTAS MIL) CONSULTAS. ESSA MARCA É MAIS UM INCENTIVO PARA QUE CONTINUEMOS O TRABALHO DE AJUDAR A QUEM NOS PROCURA EM BUSCA DE AUXÍLIO NOS DOMÍNIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA.

MUITO OBRIGADO A TODOS!!!

sábado, 29 de abril de 2017

QUEM TINHAM DUAS BOLAS?

Professor, em “Fábio reclamou bastante que tinham duas bolas em jogo”, o emprego do verbo “ter” está correto?

No registro formal culto, o verbo ter não deve ser usado com o sentido de “existir”, “haver”, “ocorrer”. Como verbo principal de uma frase, seu emprego deve sempre relacionar um possuidor (sujeito) a algo possuído (objeto).

  • Eu tenho um livro.
  • Maricota tem dois cachorros.
  • Adolescentes costumam ter cravos e espinhas.

Na frase da consulta, “Fábio reclamou bastante que tinham duas bolas em jogo”, se perguntarmos ao verbo “quem tinham duas bolas”, não teremos uma resposta lógica e efetiva, logo não há sujeito explícito (e muito menos implícito).

Seria o caso de um sujeito “indeterminado”? Também não, pois nesse fato gramatical existe o sujeito, mas o autor não quer ou não se interessa em expressá-lo...

Seria o sujeito a expressão “duas bolas”? Também não, pois duas bolas não podem ter duas bolas...

O que ocorre, finalmente, é que o autor da frase usou o verbo ter com o  mesmo sentido de “haver” impessoal e, ainda por cima, equivocou-se na concordância verbal, fazendo o verbo concordar com o objeto direto.


O correto, portanto, é “Fábio reclamou bastante que havia duas bolas em jogo”. 
O autor da frase, com certeza, inspirou-se no saudoso locutor Luciano do Vale, que não se cansava de dizer que “tinham dois jogadores impedidos”...