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quinta-feira, 25 de maio de 2017

NESTE / NESSE

Qual a razão de se usar nesse/neste, no texto: “As homenagens pelos 109 anos do Atlético, completados nesse sábado, seguiram neste domingo, no Independência”?

As palavras neste e nesse existem na língua portuguesa e estão corretas. São contrações da preposição em com os pronomes demonstrativos este e esse, isto é, neste = em + este e nesse = em + esse.

Os pronomes demonstrativos este e esse situam o ser no espaço, no tempo e no discurso em relação às próprias pessoas do discurso: quem fala (este) ou a quem se fala (esse).

Nesse e neste são palavras parecidas, parônimas, mas usadas em situações diferentes. A distinção entre os dois conceitos é uma questão referencial (tempo 
e espaço).

Neste: próximo de quem fala
Neste (nesta, nestes, nestas, nisto) é usado quando aquilo que se demonstra está espacial (posição geográfica) e temporalmente (posição temporal) próximo da pessoa que fala. Usa-se ainda para referir aquilo que será mencionado na sequência do discurso (função catafórica).

Exemplos com neste
Resolverei este assunto neste instante!
Este ano acabaremos com a corrupção.
Neste momento não tenho dinheiro para gastar.

Nesse: próximo da pessoa a quem se fala
Nesse (nessa, nesses, nessas, nisto) é usado quando aquilo que se demonstra está espacial (posição geográfica) e temporalmente (posição temporal) próximo da pessoa com quem se fala. Usa-se ainda para referir aquilo já mencionado no discurso (função anaafórica).

Exemplos com nesse
Faltei ao trabalho nesse dia porque havia uma greve de rodoviários.
Foi nesse momento que fui demitido.
Nessa hora todos os deputados tiraram o time de campo.

Logo, no texto apresentado:Qual a razão de se usar nesse/neste, no texto: “As homenagens pelos 109 anos do Atlético, completados nesse sábado, seguiram neste domingo, no Independência”, usa-se nesse para indicar o sábado que já passou (ontem) e neste refere-se ao domingo em que o texto está a ser produzido (hoje).

segunda-feira, 22 de maio de 2017

400.000 CONSULTAS

400.000

ULTRAPASSAMOS AS 400.000 (QUATROCENTAS MIL) CONSULTAS. ESSA MARCA É MAIS UM INCENTIVO PARA QUE CONTINUEMOS O TRABALHO DE AJUDAR A QUEM NOS PROCURA EM BUSCA DE AUXÍLIO NOS DOMÍNIOS DA LÍNGUA PORTUGUESA.

MUITO OBRIGADO A TODOS!!!

sábado, 29 de abril de 2017

QUEM TINHAM DUAS BOLAS?

Professor, em “Fábio reclamou bastante que tinham duas bolas em jogo”, o emprego do verbo “ter” está correto?

No registro formal culto, o verbo ter não deve ser usado com o sentido de “existir”, “haver”, “ocorrer”. Como verbo principal de uma frase, seu emprego deve sempre relacionar um possuidor (sujeito) a algo possuído (objeto).

  • Eu tenho um livro.
  • Maricota tem dois cachorros.
  • Adolescentes costumam ter cravos e espinhas.

Na frase da consulta, “Fábio reclamou bastante que tinham duas bolas em jogo”, se perguntarmos ao verbo “quem tinham duas bolas”, não teremos uma resposta lógica e efetiva, logo não há sujeito explícito (e muito menos implícito).

Seria o caso de um sujeito “indeterminado”? Também não, pois nesse fato gramatical existe o sujeito, mas o autor não quer ou não se interessa em expressá-lo...

Seria o sujeito a expressão “duas bolas”? Também não, pois duas bolas não podem ter duas bolas...

O que ocorre, finalmente, é que o autor da frase usou o verbo ter com o  mesmo sentido de “haver” impessoal e, ainda por cima, equivocou-se na concordância verbal, fazendo o verbo concordar com o objeto direto.


O correto, portanto, é “Fábio reclamou bastante que havia duas bolas em jogo”. 
O autor da frase, com certeza, inspirou-se no saudoso locutor Luciano do Vale, que não se cansava de dizer que “tinham dois jogadores impedidos”...

quinta-feira, 20 de abril de 2017

DESINTERIA / DISENTERIA

Professor, a propósito da declaração “Gilmar Mendes de ter tido uma ‘desinteria verbal’, e atribuindo as acusações à “decrepitude moral” do ministro do STF” o correto é desinteria ou disenteria?.

Os prefixos “des-“ e “dis-“ têm o mesmo valor semântico: juntam-se ao início de palavras (são prefixos) para acrescentar-lhes o valor de contrariedade, dificuldade ou privação.
Há uma pequena observação quanto ao emprego: o prefixo “des-” junta-se a palavras portuguesas, o prefixo “dis-” junta-se a palavras latinas, que depois evoluíram para o Português.

O radical grego “enteros” está na formação da palavra portuguesa “intestinos”.

Quando há mau funcionamento dos intestinos, devemos dizer “disEnteria”, respeitando e etimologia da radical “enteros”.

terça-feira, 4 de abril de 2017

SE VOCÊ VER / SE VOCÊ VIR?

Está certo isto,Professor? “Se você VER pixels brancos em meio as outras cores, já sabe: não é uma TV 4K RGB.

Não!

Quando há dúvida ou incerteza sobre a efetividade da ação que se quer expressar, usa-se o modo subjuntivo do verbo. O verbo VER, no futuro do subjuntivo é: “se eu vir; se tu vires; se ele (você) VIR; Se nós virmos; se vós virdes; se eles (vocês) virem.

O equívoco decorre da semelhança gráfica e fonética entre os verbos VER e VIR: “se eu vier; se tu vieres; se ele (você) vier; se nós viermos; se vós vierdes; se eles (vocês) vierem.

segunda-feira, 20 de março de 2017

SOBRE VÍRGULAS

Professor, gostaria de saber se o uso das vírgulas está correto em: “A presidente do STF, Cármen Lúcia, deve priorizar, em abril, processos de repercussão geral...”.

A expressão destacada exerce a função sintática de aposto explicativo, isto é, define o termo anterior. Como em “Nós, os brasileiros, precisamos melhorar nossos conhecimentos políticos”, o termo negritado diz quem está incluído no pronome “nós”. Poderiam ser os argentinos, ou os paraguaios, ou os vendedores de eletrodomésticos, ou qualquer outro grupo. A norma gramatical determina que todo aposto explicativo seja isolado por vírgulas. Devem-se usar DUAS vírgulas, uma antes e outra depois do aposto explicativo.

Já o uso das vírgulas isolando o termo “em abril” explica-se por tratar-se de um adjunto adverbial posicionado entre o verbo e o objeto direto.

sábado, 18 de março de 2017

QUEM USA SUTIÃS?

Professor, a frase “Angelina Jolie reúne-se com arcebispo sem sutiã e causa constrangimento” está correta?

Gramaticalmente está impecável.

Quanto ao sentido, entretanto, apresenta um defeito grave que prejudica o entendimento. O leitor pode indagar sobre “quem estava sem sutiã” e a pergunta teria razão de ser, embora saibamos que os arcebispos, em geral, não têm o hábito, nem a necessidade, de usar sutiãs.

Trata-se de uma “ambiguidade”. Da forma como foi escrita, pode-se entender que o arcebispo não usava sutiã, embora absurda, a leitura permite tal interpretação.

Para eliminar as ambiguidades, pode-se trocar ou eliminar um termo, deixando que o contexto produza o significado, ou muda-se a posição de um termo na frase.

Elimina-se um termo: “Angelina Jolie reúne-se com arcebispo e causa constrangimento por não usar sutiã” e na sequência do texto explica-se o motivo do constrangimento, isto é, ela não usava o dito cujo.

Mudança de posição de um termo: “Angelina Jolie, sem sutiã, reúne-se com arcebispo e causa constrangimento”.