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terça-feira, 5 de janeiro de 2016

PORÉM / VÍRGULA

Quero saber se o uso da vírgula está correto no texto “Esses maxilares mais musculosos, porém, significam uma flexibilidade e uma abertura menor da boca”.

As conjunções adversativas (mas, porém, todavia, contudo, não obstante, entretanto) iniciam as orações coordenadas adversativas sindéticas, as quais são sempre antecedidas por vírgula.

1.   Esses maxilares mais musculosos, mas significam uma flexibilidade e uma abertura menor da boca”;
2.   Esses maxilares mais musculosos, porém significam uma flexibilidade e uma abertura menor da boca”;
3.   Esses maxilares mais musculosos, todavia significam uma flexibilidade e uma abertura menor da boca”;
4.   Esses maxilares mais musculosos, contudo significam uma flexibilidade e uma abertura menor da boca”.

Ocorre que as conjunções adversativas podem ser internalizadas (exceto o mas) na oração que iniciam, caso em que deverão ficar entre vírgulas.

1.   Esses maxilares mais musculosos, mas significam uma flexibilidade e uma abertura menor da boca”;
2.   Esses maxilares mais musculosos, significam, porém, uma flexibilidade e uma abertura menor da boca”;
3.   Esses maxilares mais musculosos, significam, todavia, uma flexibilidade e uma abertura menor da boca”;
4.   Esses maxilares mais musculosos, significam, contudo, uma flexibilidade e uma abertura menor da boca”.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

1 BILHÃO / BILHÕES

A frase “O déficit da Secretaria de Saúde é de 1,4 bilhões de reais”, está correta?

O numeral está, evidentemente, equivocado. Não existe a expressão 1 bilhões, mas 1 bilhão! A construção correta é, pois, “O déficit da Secretaria de Saúde é de 1,4 bilhão de reais”.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

REEXECUÇÃO ou RE-EXECUÇÃO?

Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen, se o segundo elemento começar pela mesma vogal.

Exemplos:

• anti-ibérico; • anti-imperialista; • anti-inflacionário; • anti-inflamatório; • auto-observação; • contra-almirante; • contra-ataque; • micro-ondas; • semi-internato.

Em relação ao prefixo “RE”, o Acordo Ortográfico faz referência a “formas já cristalizadas” (o que provoca uma grande confusão, por obrigar o falante a saber, também, o que sejam tais formas), que devem continuar a ser escritas sem o hífen:

Exemplos: • Reeleição; ·Reescrever; Reenviar...


Em relação “re-execução”, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa não registra qualquer forma, ou seja, supõe-se que a palavra não exista, logo não pode ser “forma cristalizada”, devendo ser levada à conta de “neologismo”, e, por isso mesmo, escrita com o hífen.

domingo, 29 de novembro de 2015

PERMITIR / PERMITIRIA

A expressão sublinhada está correta?

“Sem os votos do PSDB, apenas uma drástica mudança na popularidade do presidente da Câmara o permitirá sobreviver a uma votação aberta no plenário da casa”.

O contexto remete para uma situação hipotética, isto é, a sobrevivência depende da ocorrência de uma mudança drástica. Tal circunstância impõe a necessidade de se usar o verbo “permitir” no futuro do pretérito (antes chamado, mais convenientemente, de “condicional), para expressar essa condicionalidade. PERMITIRIA.

Pois bem. Permitiria o quê? “Sobreviver a uma votação aberta no plenário da casa”. Essa expressão responde à pergunta. É o objeto direto do verbo “permitir”, que exige complemento indireto para pessoa e direto para “coisa” ou situação.

Ocorre que o pronome oblíquo átono “O”, como complemento verbal, só pode ser objeto direto. Temos então um verbo com dois objetos diretos de natureza diferente, o que configura uma heresia gramatical

Por conseguinte, o texto deve ser corrigido para:

“Sem os votos do PSDB, apenas uma drástica mudança na popularidade do presidente da Câmara lhe permitiria sobreviver a uma votação aberta no plenário da casa”.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

EX-COLÔNIA FRANCESA

Em um noticiário da TV, a apresentadora afirmou que “O Mali foi atacado por terroristas, por ter sido ex-colônia francesa”. Está correta essa construção?

Esse é um caso de inadequação semântica.

O prefixo “EX-“ estabelece a condição de alguém ou algo que era e deixou de ser. O Mali não foi ex-colônia francesa. Ele é uma ex-colônia francesa. A única hipótese para o uso de “ter sido uma ex-colônia” seria o caso de ocorrer uma “recolonização”.

Quando nos referimos aos antigos presidentes da República, falamos “ex-presidente fulano” ou “ex-presidente beltrano”. Caso haja uma nova eleição e um deles seja eleito novamente, deixaria de ex-presidente para voltar a ser presidente fulano ou beltrano.

domingo, 1 de novembro de 2015

CONCORDÂNCIA NOMINAL - ADJETIVO POSPOSTO A DOIS OU MAIS SUBSTANTIVOS

Tenho dúvida quanto à correção da concordância nominal em construções como “Paletó e camisa suja/sujos”; “Homem e mulheres brancas/brancos”; “Casa e apartamento pequeno/pequenos”.

A questão envolve a concordância nominal do adjetivo posposto a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes. Há duas concordâncias possíveis.

     a)   Concordância atrativa: o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo. “Paletó e camisa suja”; “Homem e mulheres brancas”; “Casa e apartamento pequeno”.

     b)   Concordância gramatical: o adjetivo vai para o masculino plural. “Paletó e camisa sujos”; “Homem e mulheres brancos”; “Casa e apartamento pequenos”.

O contexto orientará a escolha de uma ou de outra construção. Se o autor refere-se a uma casa e a um apartamento, ambos de pequenas dimensões, é claro que a opção pelo masculino plural é a mais indicada, mas se apenas o apartamento for diminuto, a concordância atrativa será mais conveniente.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

SUBJUNTIVO DO VERBO HAVER

Tenho dúvidas sobre a correção do emprego do verbo “haver” na frase: “Se havia alguma dúvida sobre a fidelidade ao partido, ninguém poderia afirmar com segurança”.

Dá-se o nome de modo às várias formas assumidas pelo verbo na expressão de um fato. Em Português, existem três modos:

Indicativo - indica uma certeza, uma realidade. Por exemplo: Eu sempre trabalho.

Subjuntivo - indica uma dúvida, uma possibilidade. Por exemplo: Talvez eu trabalhe amanhã.

Imperativo - indica uma ordem, um pedido. Por exemplo: Trabalha agora, ou terás uma triste velhice.

A frase da consulta estabelece uma dúvida, expressa pela conjunção condicional “se” que a inicia. Dessa forma, o verbo “haver” deve ir para o imperfeito do subjuntivo, estabelecendo uma relação de coerência com o futuro do pretérito da oração seguinte “poderia afirmar”.

“Se houvesse alguma dúvida sobre a fidelidade ao partido, ninguém poderia afirmar com segurança”.