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terça-feira, 30 de junho de 2015

PRONOME DE TRATAMENTO + PRONOME POSSESSIVO

“Oh! Excelências, fariseus da política brasileira! Conhecemos bem a multidão de vossos pecados”.

Está correto o emprego do pronome possessivo destacado?

Os pronomes de tratamento (Vossa Excelência, Sua Majestade, Sua Senhoria, Vossa Santidade etc.), embora sejam pronomes de 2ª pessoa (a pessoa com quem se fala), pedem que os pronomes a eles relacionados estejam na 3ª pessoa do singular ou do plural.
·       
  • Sua Santidade e seu acólito siga em paz.
  • Sua Alteza, o Príncipe da Cornualha, estendeu seus olhos, medindo a distância entre nós.
  •  Vossas Excelências mirem-se no exemplo de Maria Antonieta.
  • “Oh! Excelências, fariseus da política brasileira! Conhecemos bem a multidão de seus pecados”.

domingo, 28 de junho de 2015

DE ELE CHEGAR / DELE CHEGAR

A frase “é hora ‘dele’ chegar” está correta”?

Não se faz a contração da preposição com artigo ou pronome que estejam antes do sujeito de um infinitivo.

Textos como: “Quando perguntado aos participantes sobre a possibilidade do governo atingir as metas financeiras, o pessimismo subiu de 10 pontos percentuais nos últimos dois anos”, publicado em um grande jornal brasileiro, comprovam que mesmo alguns profissionais que usam a língua como instrumento de trabalho não são muito de cultivar a arte de escrever bem e certo.

·        É hora de ele chegar.
·        Apesar de o amigo tê-lo convidado.
·        Depois de esses fatos terem ocorrido.
·        É hora de a onça beber água. 

Nota: O sujeito não aceita ser regido de preposição.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

POSAR / POUSAR

Na frase “A modelo ‘pousou’ o dia todo” o uso do verbo “pousar” está correto?

Não. A não ser que o falante esteja falando metafórica e pejorativamente.

Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante etc. 

quinta-feira, 18 de junho de 2015

PRIVILÉGIO / PRIVILEGIADO

A frase “... políticos com foro previlegiado ...” está correta?

O substantivo é “privilégio”, logo o adjetivo derivado é “privilegiado - desprivilegiado”.

A frase correta, portanto, é “... políticos com foro privilegiado ...”

quarta-feira, 17 de junho de 2015

DADO / DADOS - DADA / DADAS

A frase "Dado os índices das pesquisas” está correta?

O particípio passado do verbo “dar” tem o valor de um adjetivo. Em assim sendo, sua concordância com o substantivo a que se refere, no caso “índices”, é normal:
  • Dados os índices das pesquisas.
  • Dado o resultado das pesquisas.
  • Dadas as dimensões do poliedro x.
  • Dada a atual conjuntura socioeconômica.
  • Dadas as tendências atuais.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

À MEDIDA QUE / NA MEDIDA QUE

A propósito das chamadas “biografias não autorizadas”, Luiz Fux entende que, "na medida que cresce a notoriedade da pessoa, diminui-se a sua reserva de privacidade”.

À MEDIDA QUE / NA MEDIDA QUE

Diz-se "à medida que" ou "na medida em que"? Depende das intenções do falante.

São duas locuções conjuntivas parecidas, mas de significados diferentes.
Apenas para lembrar: "locução conjuntiva" é todo grupo de palavras com função relacional entre duas ou mais orações ou dois ou mais termos de uma oração.

·        À medida que chovia / a terra ficava mais e mais encharcada...
·        À medida que se esforçava, sua importância na empresa aumentava.

Trata-se de uma locução conjuntiva com cláusula de proporcionalidade, introduzindo orações subordinadas adverbiais proporcionais.

A locução "na medida que", não tem tradição nos clássicos da língua, contudo vem sendo usada, até por pessoas com domínio linguístico razoável, com valor causal. Algumas vezes até introduzem mais a preposição “em”, causando verdadeira barafunda sintática e semântica.

·        O governo não conseguiu resolver o problema na medida em que não enfrentou suas verdadeiras causas.
Ou seja,
·        O governo não conseguiu resolver o problema porque não enfrentou suas verdadeiras causas.

O texto inicial da consulta deve, portanto, ser modificado para “A propósito das chamadas ‘biografias não autorizadas’, Luiz Fux entende que, ‘à medida que cresce a notoriedade da pessoa, diminui-se a sua reserva de privacidade’”, dada sua evidente ideia de proporcionalidade inversa, ou seja, quanto mais aumenta a notoriedade de uma pessoa, menor sua reserva de privacidade.

Alguns gramáticos, como Evanildo Bechara, Celso Cunha e Napoleão Mendes desaprovam o uso de "na medida que" e "na medida em que", argumentando que não há registro histórico dessas formas na língua. Mas o fato é que esta construção já se tornou rotineira e, como a língua não é uma entidade estanque e imutável, deve ser considerada.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

HAVER / HAVIA

Ouvi um senador dizer, em entrevista, a seguinte frase: “Se haver alguma dúvida sobre a maioria do governo no Senado, ela desapareceu”. Está correta?

Não. Sua Excelência equivocou-se no uso dos tempos e modos verbais.

Veja que a conjunção “se”, que inicia a frase, instaura uma cláusula dubitativa, de improbabilidade. Nesse caso, o verbo “haver” deveria estar no pretérito imperfeito do indicativo “havia” e a frase correta seria “Se havia alguma dúvida sobre a maioria do governo no Senado, ela desapareceu”.